sábado, 12 de março de 2011

LINS, UMA SAUDADE (Agmon Carlos Rosa)


"LINS, UMA SAUDADE"

Naqueles céus da minha Lins antiga,
Da "Cidade das Escolas" aristocrata,
Refulge ainda o brilho intenso
Do mais belo luar das serenatas!

Como éra puro meu "córgo" Campestre.
Leito de areia fina, de anzois coalhado.
Banhei-me em águas de infinitas nascentes.
A natureza sorria feliz,  ainda não poluida.

Kodjaoglanian, Jacob, Marach, Assef,
Kumassaka, Senise, Queiróz e outros com fé,
Escreveram a historia do comércio,
Aureos tempos da "Metrópole do Café"!

Os embalos de sábado a noite no Linense,
No Comercial,  na Asssociação,  no Grêmio,
No Paica,  tantos risos, tantas lembranças,
Asssim caminhava nossa boemia e esperanças.

E não poderia faltar uns versos emocionados
As nossas belissimas, primeiras namoradas.
As mulheres de Lins, verdadeiras princesas,
Com seu sorriso e vestidos estampados,
Por elas, nossos corações se apaixonaram!

Trechos do poema épico LINS, UMA SAUDADE!  Da Metropole do Café a Cidade das Escolas a ser
publicados em Abril 2011 no blog  http://www.lirismoacademico.blogspot.com/   Agmon Carlos Rosa, Diretor da Casa do Poeta de Campinas, atualmente residindo em HOLAMBRA/SP

domingo, 14 de novembro de 2010

ORGULHOSA (Castro Alves)



ORGULHOSA !!!  (Castro Alves)

Deixa-te disto criança,
Deixa-te de orgulho, e sossega,
olha que o mundo é um oceano,
por onde o ocaso navega.
Se hoje, ostentas na sala,
com tuas pompas e gala,
os teus brasões de rainha,
amanhã, talvez quem sabe,
este teu orgulho se acabe,
seja-te a sorte mesquinha
olhe bem, que a sorte,
dá, nega e tira,
sangue azul, a vós fidalga
já neste século é mentira.
És fidalga, sou poeta,
tens dinheiro, eu tenho,
completa riqueza do meu coração,
não troco uma estrofe minha, por
um colar de rainha, por um troféu de latão.
Ainda a pouco pedi-te,  pedi-te para valsar,
tu me disseste: - NÃO...  ÉS POBRE,  ÉS PLEBEU,
NÃO POSSO TE ACEITAR, e no entanto ignoras
que aquele a quem tanto adoras,
que te conquista e seduz,  embora seja da nata,
é plena figura chata,  é fósforo que não dá luz.
Agora sim,  já é tempo, de dizer-te quem sou eu,
um moço de 20 anos, que se orgulha de ser plebeu,
um lutador que não cansa, que ainda tem esperança,
de ser mais do que hoje é,  lutando pelo direito,
de esmagar ao preconceito da fidalguia sem fé.
Por isso, quando me falas, com désdem e altivez,
rio-me tanto de tí,  que chego a chorar muitas vezes,
chorar sim,  pois calculo nada mais pode haver de nulo,
desagradante e sem sal, que uma mulher presumida,
tôla, vaidosa, atrevida, inculta, soberba e banal...!!!
(Castro Alves)
ADILSON DO NASCIMENTO (Mikuin) - Linense atualmente residindo em Porto Alegre(RS)
"Meu amigo, a mais ou menos meio século, me deram esta poesia, achei lindissima e me apaixonei pela forma como foi escrita, embora segundo me consta ela não aparece nos livros de Castro Alves. Não sei se tu conheces, mas um Menestrel como tú, digno, puro, altivo, vigilante. deve estar por dentro.  Disseram-me que ele foi convidado a ir a uma festa na casa da tal fidalga e que ela era apaixonadissima por um gajo da sociedade, porém, bebado incorrigivel, vivia caindo pelas sargetas e que não dançava com ninguém, se não fosse com ele.  Castro Alves disse, se temos outras garotas para valsar, vamo-nos então.  Mas, em determinada hora ele não se aguentou e foi tirá-la para valsar, ajoelhou-se aos seus pés e disse:  - "Conceda-me o prazer desta contra dança?  Sem esperar obteve a seguinte resposta:   -"ÉS POBRE, ÉS PLEBEU... NÃO TE POSSO ACEITAR. Constrangido, saiu e foi até o bar, pediu um copo de cachacha,  retornou, parou no meio do salão, os pares se afastaram,  ele pediu:    -"ORQUESTRA,   FUNDO PARA UMA POESIA,  e de improviso ele disse:  "ORGULHOSA!!!   e aí desfiou a poesia...    
Adilson Nascimento - Porto Alegre/RS   (adinasci@hotmail.com)   Nas fotos acima, vemos nosso amigo quando jovem (na época em que recebeu a tal poesia) e mais recentemente, quando nos reencontramos meio seculo depois da nossa grande aventura, da nossa juventude, nos bons tempos idos e vividos da nossa LINS amada...       

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O TREM DE PASSAGEIROS (Agmon Carlos Rosa)


O Trem de Passageiros!
*
Minha lealdade devo a um lugar,
um passado, a cidade onde nasci e amei.
A família, aos mestres que me iluminaram,
aos amigos, alicerces do meu encanto pela vida.
Rios e lagos que me banhei,
ruas por andei, o primeiro tombo da bicicleta,
(filho da mãe, como chorei!)
*
Rabeiras de caminhão peguei,
em dorsos de cavalos trotei,
mas, meu coração de menino porem,
se apaixonou pelo trem...
*
O trem de passageiros, da familia e forasteiros,
do caixeiro-viajante, do militar,
do poeta cantante, do namorado e amante.
Dos grâ-finos janotas que se reverenciavam
e o chapéu com elegância tiravam...
La Belle-Epoque, do romantismo puro e belo,
no tempo do trem das Estradas de Ferro.



sábado, 16 de outubro de 2010

RONDAS DA VIDA (Agmon Carlos Rosa)

RONDAS DA VIDA (Agmon Carlos Rosa)
*
O mudo éco do silêncio hospitalar!
Zumbis a caminhar por corredores sem fim.
A palidez mórbida de pacientes agitados,
inquietos, olhar cansado da longa espera.
*
Madrugada, maiores abandonados, idosos excluidos
que a sociedade, a família e o sistema pariu.
Madrugada do conta gotas dipirético,
do soro fisiológico, anestésicos, antisépticos.
Do branco asséptico dos jalécos e aventais
dos atendentes, enfermeiras e médicos residentes.
*
A moderna parafernália da medicina eletrônica,
Cistografias, tomografia computadorizadas,
Ressonância magnética, radiologia, quimioterapia,
medicina nuclear, encefalo, eletrocardiogramas.
*
Madrugada, fim de noite, o diagnostico final.
A luta segue heróica na arena, persistente,
para não morrer o paciente terminal,
nem a ultima esperança, daqueles que ficam.
Madrugada, fim dos versos,
fim do poema Rondas da Vida...
*

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

NÃO FOMOS NÓS! (Agmon Carlos Rosa)

NÃO FOMOS NÓS!
*
Idósos nos chamam, constantemente.
Nos comparam a mercadoria
com prazo de validade vencida!
Seres intrusos, inter-galáticos,
puro despeito, falta de respeito.
VELHO... É o teu preconceito!
*
Não fomos nós que eliminamos:
a melodia na música,
A boa voz no cantar,
O talento na arte de criar.
*
O orgulho na aparência exterior,
O compromisso do casal, a fidelidade,
O romance nas relações amorosas,
A responsabilidade da paternidade.
*
O bom gosto pela cultura,
A união da família,
O sentimento do patriotismo,
O rechaço a vulgaridade impura.
*
Verdade! não fomos nós que eliminamos:
O presépio de Natal nos lares,
O bom comportamento intelectual,
O refinamento da linguagem, a cultura,
A dedicação e a divulgação da literatura.
*
A prudência na hora de gastar,
A tolerância nas relações pessoais.
O respeito aos mestres nas escolas,
A paciência e tantas virtudes mais...
*
Na verdade... desejamos apenas
Viver a vida que Deus nos deu,
Respeitar e ser respeitado,
Amar e ser amado, sorrir,
Poetar... fazer este mundo mais feliz!
*

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

E CONTINUAREI...

CONTINUAREI
Continuarei a acreditar, mesmo que todos percam a esperança.
Continuarei a amar, ainda que os outros destilem ódio.
Continuarei a construir, ainda que os outros destruam.
Continuarei a falar de Paz, ainda que no meio de uma guerra.
Continuarei a iluminar, mesmo no meio da escuridão.
Contonuarei a semear, ainda que os outros pisem na colheita.
E continuarei a gritar, ainda que os outros se calem.
E desenharei sorrisos, nos rostos com lágrimas.
E transmitirei alívio, quando veja a dor.
E oferecerei motivos de alegria, onde haja tristezas.
Convidarei a caminhar aquele que decidiu a parar.
E levantarei os braços aos que se sentem exaustos.
Porque no meio da desolação, sempre haverá uma criança que nos
olhará esperançada, querendo algo de nós, e ainda que no meio de
uma tormenta, por algum lado sairá o sol e no meio do deserto
crescerá uma planta.
Sempre haverá um pássaro que nos cante, uma criança que nos
sorria e uma borboleta que nos brinde com sua beleza.
Mas, se algum dia vires que já não caminho, não sorrio ou me calo,
apenas aproxima-te e dá-me um beijo, um abraço ou oferece-me um
sorriso; isso será suficiente, pois seguramente me terei esquecido de
que a vida me acabrunhou e me surpreendeu por um momento.
Só um gesto teu fará que volte ao meu caminho. Nunca o esqueças.
Agmon Carlos Rosa, poetamigo.
Por algum instante estarei me afastando temporariamente dos
compromissos pessoais, sociais e culturais, mas com certeza,
voltarei breve E CONTINUAREI...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A FLOR QUE SE FEZ MULHER... (Agmon Carlos Rosa)


A FLOR QUE SE FEZ MULHER!
*
Não mais as mesmas flores,
Não mais o mesmo jardim.
Saudades, apenas saudades
da falta que voce faz em mim.
*
Saudades do seu sorriso,
Saudades do seu olhar,
Da mais bela melodia,
Do cantar da "Ave Maria".
*
A flor que se fez mulher,
Que em minha vida passou,
Levou um pouco de mim,
De si, muito mais deixou.
*
Na saudade que gosto de ter
Do mais belo sonho meu,
Eu deixei de ser "NÓS"
Para ser apenas "EU"...
*
NOEMIA LOPES ROSA (in-memoriam) Poetisa, esposa e musa inspiradora, falecida em 09 Setembro 2009.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

A ILÓGICA DA CRIAÇÃO (Agmon Carlos Rosa)

A ILÓGICA DA CRIAÇÃO
Em minhas paixões e rancores,
em minha lucidez e delirios,
quero ser apenas lembrança,
doce saudade e fascínio para
gerações inquietas e sonhadoras!
*
Nada que possa esconder
minha revolta contra a tirania
de um raciocínio frio e calculista
do bom senso e da lógica.
*
Como se o bom senso e a lógica
da razão humana pudessem determinar
valores absolutos e compreender
as profundezas mais obscuras
do homem, esse ser humano convencido
a fundamentalista do intelecto!
*
O irracional do Universo:
A medida em que aceitamos
o que existe de irracional no Universo
e, em nós mesmos, seres humanos.
*
A ilógica da paisagem alternativa:
A impermanência, o criar e o destruir,
o viver e o morrer, a inspirar poemas
irracionais, sem temas, sem lemas,
nada que possa eternizar!...
AGMON CARLOS ROSA - Poeta e literato, aprendiz de filósofo, inpirado no talento e simpatia da psicóloga e filósofa amiga LUCIA FREITAS. Amamos voce. Eu e Wanda

segunda-feira, 10 de maio de 2010

NAMOREI A ROSA


NAMOREI A ROSA
Na doçura do amor iniciado
Ou na amargura do amor acabado,
O poeta planta versos apaixonados.
Este o lirismo das flores!
Como se fosse preciso um tempo
Para as flores saudar.
Para conviver o esposo com a esposa,
O pai com o filho.
Para refugiar-se em palavras amorosas,
Em suspiros apaixonados...
O espirito que nos faz sentir nas estrelas,
mesmo tendo os pés no chão!
Namorei a rosa, me apaixonei.
O nome da rosa juntei ao meu,
Ao novo amor me entreguei.
A rosa me dava paz!
Usei cravos na lapela,
Com um amor perfeito sonhei.
A mulher que amo, na capela
O sobrenome "rosa" lhe dei !!!
Agmon Carlos Rosa
Composto em idos de 2005/6 para minha amada esposa, época em que nos sentiamos nas estrelas, mesmo tendo os pés no chão...