sábado, 16 de outubro de 2010

RONDAS DA VIDA (Agmon Carlos Rosa)

RONDAS DA VIDA (Agmon Carlos Rosa)
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O mudo éco do silêncio hospitalar!
Zumbis a caminhar por corredores sem fim.
A palidez mórbida de pacientes agitados,
inquietos, olhar cansado da longa espera.
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Madrugada, maiores abandonados, idosos excluidos
que a sociedade, a família e o sistema pariu.
Madrugada do conta gotas dipirético,
do soro fisiológico, anestésicos, antisépticos.
Do branco asséptico dos jalécos e aventais
dos atendentes, enfermeiras e médicos residentes.
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A moderna parafernália da medicina eletrônica,
Cistografias, tomografia computadorizadas,
Ressonância magnética, radiologia, quimioterapia,
medicina nuclear, encefalo, eletrocardiogramas.
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Madrugada, fim de noite, o diagnostico final.
A luta segue heróica na arena, persistente,
para não morrer o paciente terminal,
nem a ultima esperança, daqueles que ficam.
Madrugada, fim dos versos,
fim do poema Rondas da Vida...
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